Comunicação Alternativa nas Escolas regulares
É na escola que a maioria dos conceitos da criança de
formam, ou se transformam. Muitas vezes o educador e construtor e
desconstrutor. Quando trabalhamos a comunicação alternativa na escola mostramos
o desejo de entender o universo do outro, com suas necessidades e
especificidades, de forma dedicada e respeitosa. Segundo a Declaração de
Salamanca “Educação Inclusiva é o modo mais eficaz de construção de
solidariedade entre as crianças com necessidades educacionais especiais e seus
colegas”. Dentro dessa pratica há uma troca de aprendizagem entre os alunos,
ambos ganham, aprendendo a lidar com a diversidade um do outro.
Ainda na Declaração de Salamanca (1994):
Políticas
educacionais deveriam levar em total consideração as diferenças e situações
individuais. A importância da linguagem de signos como meio de comunicação
entre os surdos, por exemplo, deveria ser reconhecida e provisão deveria ser
feita no sentido de garantir que todas as pessoas surdas tenham acesso à
educação em sua língua nacional de signos. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA II_19,
1994)
É
com este objetivo de respeitar a necessidade do outro e inseri-lo na sociedade,
de forma que possa exercer sua cidadania e estabelecer relações tanto com
portadores de necessidades especiais quando com pessoas que não o são que o
trabalho com a comunicação alternativa deve ser desenvolvido nas escolas desde
os anos iniciais.
Muitos
educadores enfrentam a dificuldade de lidar com alunos especiais por não terem
recebido preparo adequado à situação. Para que o professor busque sanar, ou
pelo menos amenizar os problemas que essa prática em despreparo pode causar o
professor precisa se qualificar das maneiras que lhe forem possíveis. Seja com
a capacitação em Língua de Sinais para lidar com surdos e deficientes da fala.
Seja com capacitação em comunicação alternativa pra trabalhar com crianças com
deficiência intelectual ou outras especificidades o professor precisa buscar
preparo. Passam vários anos lecionando sem terem contado com qualquer criança
portadora de necessidades especiais. Quando se deparam com essa criança em sua
sala de aula muitos negligenciam as necessidades do novo aluno, como uma forma
de se defender deste que quebrou sua rotina, o que o professor pode enxergar
como uma afronta a sua pratica.
Enquanto
o professor não vai buscar sua qualificação fora da escola este projeto vai
mostrar a ele que dentro da comunicação alternativa, há uma variedade de
materiais que podem fomentar uma educação inclusiva e de qualidade. Tendo
trabalhado com este projeto o professor pode sentir interesse em buscar mais
conhecimento, e talvez um curso de qualificação.
Numa
entrevista para revista Projetos Escolares, Gabriel Chalita pontuou uma questão
muito importante, no que se diz respeito à relação entre alunos portadores de
necessidades educacionais especiais e os outros:
P.E.
– Quais as vantagens para os demais alunos?
G.C.
_ O desenvolvimento da percepção da heterogeneidade, o exercício da
solidariedade, o respeito à dignidade da pessoa, a garantia da cidadania como
individuo participante ativo na sociedade, fundamentada no reconhecimento das
diferenças.
A
realidade escolar nos mostra cada vez mais sua heterogeneidade. Temos numa
mesma sala uma incrível variedade de perfis de alunos. Cada comunidade suporta
suas especificidades, sua realidade social e econômica influi na forma como a
educação se dá. Quando apresentamos aos educandos a diversidade permitimos que
eles formem seus conceitos e que estejam preparados para receber o outro. Assim
numa situação em que um aluno pne venha para escola ou outros não vão ter tão
ativamente o “medo” do novo, já vão estar preparados para recebê-lo. O outro se
sentirá mais a vontade e confiante na escola nova quando os alunos o receberem
bem. A escola, como uma instituição mediadora na construção do conhecimento,
tem como objetivo levar cultura para um número cada vez maior de pessoas. Leva
para si uma gama de responsabilidade muito grande. "É através da escola
que a sociedade adquire, fundamenta e modifica conceitos de participação,
colaboração e adaptação. Embora outras instituições como família ou igreja
tenha papel muito importante, é da escola a maior parcela" Mello in
MANTOAN (1997, p.13).
Temos
ainda que levar em conta a forma como a criança pode aproveitar o conhecimento
passado, sem desgastá-la ou exigir conhecimentos que ela só vai ter formado no
futuro. A ideia é trazer atividades comuns à educação infantil, brincadeiras,
bingo, cruzadinha, desenhos para colorir e outras que se enquadrem na modalidade de educação especial. Pra que se explorem as brincadeiras, faz-se
necessário propiciar condições para a realização de aprendizagens espontâneas,
não formais, de motivação voluntaria. O brincar torna possível que a criança
exerça sua capacidade de criar e sonhar. (MARQUES, 2010, p. 25). A comunicação
alternativa trabalhada na educação infantil/anos iniciais deve estar relacionada com o
brincar ao mesmo tempo em que carrega a responsabilidade de educar, permitindo
a criança desenvolver tanto conceitos concretos quanto abstratos sem perder a
importante base que o brincar trás para sua formação.
Bases de pesquisa :
UNESCO. Declaração de
Salamanca, 1994.
CARNEIRO, Rogéria. Sobre a Integração de
Alunos Portadores de Deficiência no Ensino Regular. Revista Integração.
Secretaria de Educação Especial do MEC, 1997.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A Integração
de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São
Paulo: Memnon. Editora SENAC, 1997.
Revista Guia Escolar- especial. Editora
Astral. Ano I, n° 2. 2010
Revista Projetos Escolares- Educação
Infantil. Editora OnLine. Ano 5- n° 52.
Revista Ciranda da Inclusão- A Revista do
Educador. Editora Ciranda Cultural. Ano I. N° 5, abril 2010.
Revista Ciranda da Inclusão- A Revista do
Educador. Editora Ciranda Cultural. Ano I. N° 7,
Revista Ciranda da Inclusão- A Revista do
Educador. Editora Ciranda Cultural. Ano I. N° 11, outubro 2010.
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