A importância da Mudança dos conceitos
A
visão de criança em sociedade vem sofrendo importantes mudanças no decorrer de
nossa historia. Passamos de uma concepção não muito antiga de criança como
adulto em miniatura para uma onde a criança é vista como ser em formação que
precisa de cuidados especiais para se desenvolver. Embora se tenha mudado
muitos conceitos negativos sobre as crianças ainda temos famílias no campo que
têm muitos filhos já pensando em lançá-los para o trabalho no campo enquanto
deveriam estar nas escolas. O pensar a
criança como adulto em miniatura não garantindo pra ela as cuidados com a saúde
e educação acaba por aniquilá-la, às vezes levando a maus tratos, doenças e
mortalidade. A uma parcela das crianças que sofrem ainda mais os sob os olhares
irresponsáveis da sociedade: as crianças especiais. Recorrendo a livros
pedagógicos antigos, busquei saber qual a visão que se tinha dessas crianças
para comparar com a realidade vivida na atualidade. Nessa busca teórica
encontrei o livro Como Orientar a criança excepcional, de Jay a pizza. Em trecho
do livro podemos observar bem a visão da criança nessa época:
[...] atender a criança em seus diferentes tipos de
retardamento mental: retardados mentais educáveis (débeis mentais), retardados
mentais adestráveis (imbecis) e retardados mentais totalmente dependentes
(idiotas) (PIZZA, 196?, p. 18)
Percebe-se que as palavras usadas para nomear os graus
da deficiência soam hoje como extremamente pejorativas, o termo “adestrável” só
é utilizado quando se fala de animais. Pela visão que temos hoje o uso dessas
palavras se tornou obsoleto e desagradável. A partir da década de 1980, o termo
utilizado tem sido “deficiência mental”. Atualmente a nomenclatura correta é
“deficiência intelectual” É mais apropriado o termo “intelectual” por
referir-se ao funcionamento do intelecto especificamente, e não ao
funcionamento da mente como todo (ALVES; WAJNSZTEIJN, 2010,p 375).
É importante
frisar que há diferentes níveis de deficiência intelectual, do que
classificamos entre leve, moderada e profunda. Sendo que estas pessoas
apresentam uma deficiência, alguma dificuldade no aprendizado e na formulação
de conceitos, mas não são em momento algum desprovidas de cognição. A criança
que já compreende a conversação ficaria constrangida ao se ouvir sendo chamada
de idiota ou imbecil. O educador jamais deve esquecer-se disso em seu trabalho.
Quando se trabalha em incluir uma criança especial numa sala de aula regular
deve-se redobrar a atenção sobre a forma de se referir à criança especial, pois
tanto ela quanto as outras crianças estarão atentas a isto, o que marcará a
formação delas para pessoas criticas que compreendem o diferente ou para
pessoas que julgam e estereotipam o diferente.
Tudo
o que se fala como pessoa ou como educador influencia na formação das crianças.
Pense sempre antes de dizer algo pejorativo ou criticar alguém ou alguma
diversidade e cultura, você pode com isso marcar pra sempre a vida de uma
criança.
Referêcias :
Aprendizagem na atualidade: Neuropsicologia e
desenvolvimento na inclusão / Luiza Elena L. Ribeiro do valle… [et al.]
organizadores. –Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito editora, 2010
Curso de orientação educacional: Como Orientar a
criança excepcional/ Jay Arruda Pizza,
Linografica editora LTDA, 196?
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