Acessibilidade. Essa é uma palavra que, certamente, você já ouviu. Mas já parou para pensar no que ela significa? Segundo a norma ABNT 9050/2004, “acessibilidade é condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.”
No meu entender, acessibilidade deveria significar tornar a cidade e sua casa usável por todos, deficientes ou idosos, crianças ou grávidas, ou "normais", porque afinal, os "normais" já tem mesmo acessibilidade.
Numa palestra do Roman Krznaric (com quem gravei uma entrevista, que em breve você verá por aqui), ele contou uma história que eu não conhecia. Em 1979, a designer Patricia Moore tinha 26 anos, quando percebeu que os objetos e as cidades não eram desenhados para uso de todos. Mas como ela percebeu isso? Quando disse a seu chefe que um idoso teria dificuldades de abrir uma determinada alça de geladeira, o chefe retrucou: "não fazemos geladeiras para idosos".
Pois o desconforto que se seguiu fez com que Patricia resolvesse que, para entender as necessidades dos outros, precisava se colocar no lugar deles. Não era o suficiente se parecer incapacitada, ela precisava se sentir incapacitada. Com a ajuda de roupas, enchimentos e maquiagem que a deixavam com 70 anos, Patricia fez uma pesquisa em 116 cidades americanas. O resultado de suas observações revolucionou o pensamento design, com a ideia de "design empático".
Cada vez mais venho pensando nesse conceito bonito que é o Design Universal, o design para todos, independente de idade, habilidade ou situação, e de como o ignoramos constantemente em nome de outras coisas como beleza, custo, "padrão".
Mas saiba que você não precisa fazer nada tão radical, quanto a Patricia Moore, para tornar sua casa acessível. Basta se imaginar no lugar do outro, dos outros, e procurar conhecer e respeitar alguns números na hora de construir ou reformar a sua casa (ou a de um cliente se você é profissional). Então trouxe aqui umas medidas e informações relacionadas a acesso de cadeirantes, pra gente começar esta conversa.
- Corredores devem ter largura mínima de 90cm, para permitirem a passagem de cadeiras de rodas.
- Portas devem ter largura mínima de 80cm, mas o ideal é 90cm.
- Maçanetas do tipo alavanca são mais amigáveis que as do tipo pino.
- As pias no banheiro devem ficar a 80cm do chão, e terem vão embaixo, para cadeirantes.
- Interruptores tem altura ideal de 1m do chão para serem acessíveis a todos. (O padrão hoje é 1,10m)
- O ideal é que existam rampas, mas 1 degrau de no máximo 18cm de altura (embora isso pareça alto, é a dona Norma 9050 quem diz) é permitido pois permite a passagem da cadeira, considerando ajuda.
♥ Se você ficou curios@ pra conhecer melhor o trabalho de Patricia Moore, tem uma palestra dela aqui, no tubo mágico. Ali ela diz que "não existe indústria no planeta que não possa se beneficiar de mais empatia e compreensão de todas as pessoas como iguais." É um conteúdo muito interessante para designers de produto e de interiores.
♥ Achei o guia "prático" de acessibilidade bem confuso. Mas é uma fonte de pesquisa. A fonte das imagens é a Cartilha de Portsmouth, que é em inglês.
♥ Você já construiu ou reformou pensando em acessibilidade? Tem algum projeto de design universal? Vamos trocar ideias aqui nos comentários? :-)
fonte : site dcoração.com, disponível clicando aqui
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